Projeto selecionado desenvolveu parque temático envolvendo psicologia e neurociência
Pelo segundo ano consecutivo, três estudantes do Ensino Médio do Colégio Nossa Senhora das Neves, em Natal, foram premiados com um intercâmbio de uma semana no prestigiado Kennedy Space Center, um dos centros espaciais da Nasa, nos Estados Unidos. O projeto campeão, desenvolvido pelos estudantes, chama-se Neuropark, no qual propuseram um parque temático que pudesse de forma imersiva trabalhar conceitos da psicologia e da neurociência.
Estimulados a participar do concurso International Space Explorers, viabilizado por meio da parceria com a International School, parceira do Neves no ensino bilíngue, a competição reforçou o gosto dos adolescentes pela inovação.
De acordo com Raíza França, coordenadora do Programa Bilíngue do Neves e orientadora no processo, a escolha interna da equipe que representou a escola nesta edição passou por uma banca de professores da equipe do bilíngue.
“Tiramos um dia para todo mundo sentar junto, ler os projetos recebidos, sugerir algumas alterações e, de fato, escolhermos e enviarmos o vencedor da escola para a etapa nacional, que concorreu com cerca de 70 escolas também parceiras da International School. Para nossa surpresa, o Neves venceu pela segunda vez”, comemora.
O estudante Marco Antônio, 16, conta como surgiu a equipe para levar o projeto adiante. “Eu e Cauã já fazíamos parte de outro grupo para o trabalho antigo, mas com o tempo, criamos um grupo novo com o pessoal mais interessado no projeto. No novo grupo, surgiu a ideia de juntar o parque com a neurociência e a psicologia, e assim o projeto final”, conta ele, feliz com o resultado.
Já sobre o projeto, Cauã Florentin, 16, integrante da equipe vencedora, explica que o parque temático é baseado em estudos da neurociência de modo a ser mais imersivo, além de auxiliar estudos sobre a mente humana e sua interação comportamental.
“A ligação com essas duas áreas acontece por meio do uso de estímulos que incentivam a mente, procurando gerar um comportamento ou uma ação que consiga completar uma determinada tarefa”, pontua.
O parque, construído no padrão Minecraft, funciona com algumas atrações especiais como o Escape e o Hunt the Ghost. No primeiro, um grupo de 3 a 5 pessoas entra em uma caverna e o objetivo é sair dela. Para isso, é necessário sentir o ambiente. O segundo jogo é uma espécie de tiro ao alvo, só que com um holograma que faz sons de fantasma e o participante deve ficar com uma venda.
Para Malu Cortez, 16, estudante que teve a ideia de utilizar a temática voltada para a neurociência e a psicologia comportamental, o grupo se esforçou muito e tinha uma perspectiva de um bom resultado.
“Convidei os meninos para participarmos juntos do concurso, já que a ideia era maravilhosa e seria uma oportunidade única para nós. No processo, tivemos a ajuda da coordenadora Raíza, que nos aconselhou muito e esteve presente em todas as etapas do projeto, além do apoio da correção de outros professores de inglês, antes de enviarmos o trabalho final. Esse suporte foi muito necessário para nós termos um resultado positivo”, enfatiza.
A viagem está prevista para 2024, em data ainda a ser divulgada, mas os estudantes já estão ansiosos e curiosos por tudo o que viverão nesta experiência. "Me sinto muito feliz pela aprovação, e animado pela viagem", conclui Marco.
Projeto premiado em 2021
Também desenvolvido por estudantes Neves, The Seed Paper foi o vencedor da edição de 2021, e a ideia do projeto era uma mudança no atual processo de reciclagem, focando na implementação e uso do papel semente como prática urbana.
Primeiro grupo de diretores e mantenedores visitam as instalações do Kennedy Space Center, nos Estados Unidos
A convite da International School - parceira do Colégio Nossa Senhora das Neves no programa bilíngue - a diretora Irmã Marli Araújo embarcou para Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, para viver uma experiência imersiva no Kennedy Space Center, um dos centros espaciais operado pela Nasa.
Recebida pelo diretor do Kennedy Space Center, Jeff Michaelis, a comitiva de diretores e mantenedores de todo o Brasil participa do “VIP Educational Space Experience”, promovido pela International Space Academy (KSCIA) e pela International School.
Entre os objetivos da visita, estão o aprofundamento em processos de ensino-aprendizagem, destacando a aprendizagem adaptativa, o uso da inteligência artificial, gamificação, entre outros temas, bem como o incentivo aos alunos do Ensino Médio a desenvolverem educação e carreiras espaciais, oferecendo a oportunidade de viajar para o coração do Programa Espacial dos EUA, por meio de bolsas de estudos.
A iniciativa visa dar mais eficiência à assistência aos estudantes que finalizam o ciclo escolar
Em um momento que requer muita atenção e acompanhamento, os estudantes do Colégio Nossa Senhora das Neves que se preparam para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ganham uma atenção especial, com a escolha do professor Carlos Moura para ocupar a função de coordenador pedagógico das turmas da 3ª série do Ensino Médio.
De acordo com o novo coordenador, para garantir um trabalho pedagógico mais adequado e eficiente, é importante que o pré-vestibular conte com uma coordenação específica, levando em conta as particularidades e demandas específicas dessa série.
“A 3ª série já conta com uma equipe de professores exclusiva, com diferentes especializações e metodologias de ensino”, explica Carlos. “A coordenação precisa estar atenta a essas diferenças e orientar a equipe docente de forma adequada, para que haja um acompanhamento mais eficiente', continua.
Com esse novo formato, a coordenação conseguirá mais proximidade dos estudantes, criando condições melhores de acompanhamento do desempenho acadêmico de cada um, “apontando os melhores caminhos para que eles atinjam uma alta performance”, finaliza Carlos.
Curriculum
Com 26 anos de docência no Ensino Superior e na Educação Básica, incluindo cursinhos e turmas do pré-vestibular, Carlos Moura é Biólogo, Pedagogo, Mestre em Genética e Biologia Molecular, e Especialista em Psicopedagogia. O novo coordenador das turmas da 3ª série do Colégio das Neves possui MBA em Gestão de Projetos, foco em projetos educacionais e 12 anos de experiência na área de coordenação acadêmica.
A forma imersiva de ensinar conteúdos envolvendo o universo é eficaz para despertar a curiosidade e interesse dos estudantes
Com o intuito de tornar a complexidade do universo palpável para os estudantes, o Colégio Nossa Senhora das Neves apostou em uma experiência imersiva. Disponível para crianças do Nível IV até o 7º ano, o Urânia Planetário Móvel é um domo com aproximadamente 7 metros de diâmetro que conta com uma projeção 360º em seu interior, o que proporciona uma referência visual de como é o universo.
O espaço tem sido motivo de fascinação e curiosidade entre os estudantes. O objetivo da iniciativa é enriquecer o aprendizado dos alunos de uma forma lúdica e interativa, proporcionando uma oportunidade única para que eles possam aprender sobre o universo e o espaço de uma maneira diferente.
Para o educador Gille Rezende, coordenador dos anos finais do Ensino Fundamental do Neves, a novidade está sendo um ótimo jeito de difundir a ciência astronômica entre as crianças, aguçando a curiosidade e incentivando o interesse dos alunos na área. “Os estudantes criaram muita expectativa e se animaram quando falamos da vinda do planetário. Em geral, eles ficam admirados com a experiência, e comentam que se impressionam com o que é visto, o que os faz querer pesquisar e conhecer mais sobre”, conta.
O planetário surgiu a partir da compreensão de que a infinitude do universo pode ser particularmente desafiadora de assimilar para alguns estudantes. O espaço lúdico já se provou uma ferramenta incrível para o ensino de ciências e para a educação como um todo por oferecer um formato de ensino 100% visual e imersivo.
No planetário, discussões sobre conceitos complexos de Física, Ciências e Geografia surgem de forma natural entre professores e alunos, o que dá aos estudantes poder e autonomia sobre o próprio processo de aprendizagem. “É gratificante ver todos aprendendo enquanto testemunham uma viagem intergaláctica acontecendo”, conclui o coordenador.
Adaptando a metodologia de ensino, o professor de história explica como usar do hiperfoco característico do autismo para tornar as aulas mais inclusivas
O potiguar Henrique Alexandre Medeiros de Lucena tem anos de experiência como professor de História do Ensino Médio no Colégio Nossa Senhora das Neves, em Natal. Sempre preocupado em garantir que todos os alunos estejam realmente absorvendo o conteúdo necessário, Henrique se viu em uma situação delicada ao perceber que um de seus alunos da 3ª série não estava conseguindo aproveitar a aula como os outros.
Sempre hiperfocado no celular durante as explicações, o estudante Arthur Siqueira é autista e tem dificuldade em se manter atento durante aulas longas, com conteúdo teórico e expositivo. “Percebia que ele ficava sempre jogando, o que não permitia que ele criasse conexão com o conteúdo ou com os colegas de sala”, relata o professor.
O hiperfoco é uma das características do autismo, e acontece quando pessoas no espectro apresentam um interesse intenso em um assunto muito específico. Os temas de interesse são os mais variados: arte, jardinagem, músicas ou animais.
No caso de Arthur, o hiperfoco é em games, e começou aos nove anos quando o garoto ganhou um videogame de presente. Rossana de Biase Campos, mãe de Arthur, conta que essa paixão de longa data já rendeu frutos na vida do filho. “Com 13 anos, ele já começou em cursos de criação de jogos, e, no ano passado, Arthur prestou o concurso para o Instituto Metrópole Digital na UFRN e passou para técnico em jogos virtuais”, conta.
Apesar de ser exemplar nos cursos de desenvolvimento de games, ainda faltava conseguir focar na sala de aula. Então, após conversar sobre o assunto com a professora auxiliar Jane Silva, que dá apoio ao aluno em sala de aula, Henrique decidiu fazer uma aula experimental que conectasse o conteúdo da disciplina com o universo dos games. A ideia era deixar que o estudante fizesse uma apresentação sobre a história de um dos seus jogos favoritos, enquanto o professor conectava a narrativa histórica do game com o conteúdo do Enem.
Essa troca entre professores padrões e professores auxiliares é uma das vantagens de ter profissionais como Jane em sala de aula. “Sem o professor auxiliar, a perda é significativa no desempenho do estudante com deficiência. Com um profissional dando um estímulo de motivação e incentivando a autonomia do aluno, é mais provável que ele tenha sucesso não só na aprendizagem, como também nas relações de relacionamentos socioemocionais”, diz Jane.
Ao criar um equilíbrio entre as demandas específicas do aluno e o conteúdo que precisava ser dado, o professor conta que alcançou um resultado que foi muito além da fixação da matéria. “Consegui dar todo conteúdo e notei que depois dessa experiência houve uma melhoria inclusive no relacionamento dele com a turma e comigo. Criou-se um ambiente mais social e, consequentemente, uma maior facilidade educacional”, conclui Henrique.
Colégio das Neves aproveita a celebração da data para oportunizar os estudantes um espaço de diálogo para refletir sobre a história, a cultura e a luta desses povos
No dia 19 de abril, é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, antes conhecido como Dia do Índio. A alteração da nomenclatura foi viabilizada por meio da aprovação de uma lei federal de 2022, que busca dar visibilidade e valorizar a diversidade cultural e a riqueza histórica dos povos que habitavam o território brasileiro, antes da chegada dos colonizadores europeus.
A historiadora e professora do Colégio Nossa Senhora das Neves, Amanda Conrado, afirma que a questão da mudança no nome proporciona uma valorização aos povos indígenas.
“O termo índio é pejorativo por entrar em um rol de padronizá-los da mesma forma. Quando chegou ao Brasil, o colonizador - primeiramente não de maneira proposital, mas em segunda sim - homogeneizou esses povos utilizando o termo índio. Quando se utiliza esse termo, se revisita um preconceito a essas populações. Hoje, os movimentos indigenistas no Brasil orientam a utilização das nomenclaturas ‘povos indígenas', 'povos originários', 'povos nativos’, ou até mesmo pelas próprias tribos indígenas”, explica a historiadora.
A história e a cultura dos povos indígenas, ainda pouco conhecidas pela maioria da população, são muitas vezes retratadas de forma estereotipada e preconceituosa. A escola, portanto, tem o papel de desmistificar essas ideias e apresentar aos estudantes uma visão mais ampla e plural da história e da cultura brasileira, que inclui a diversidade indígena.
O geógrafo e também professor do Neves, Felipe Justino, comenta que nos conteúdos de História e Geografia, tem-se a contribuição dos indígenas na sociedade brasileira, tanto do ponto de vista histórico, quanto do ponto de vista do espaço geográfico e formação da população.
“Tivemos um sábado letivo como forma de valorização do papel do indígena na formação da sociedade brasileira. Abordamos as lutas atuais como a demarcação de terras, a situação frente às políticas públicas voltadas para os indígenas, as situações de instabilidades como a Covid-19 e questões de saúde dessas populações”, pontua Felipe.
A inclusão da história e cultura indígena nos currículos escolares já é obrigatória por lei, no entanto, ainda é pouco praticada nas escolas brasileiras. É preciso que as instituições de ensino se engajem nesse processo e ofereçam formação aos professores para que eles se sintam preparados para trabalhar a temática de forma adequada.
Nesse contexto, é importante destacar que a escola tem um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, e que a abordagem da temática indígena no ambiente escolar é uma das formas de contribuir para essa mudança.