Intérprete de Libras ressalta a importância da utilização de diversos recursos para o ensino de crianças surdas, assim como o acompanhamento do intérprete na vida social de quem usa esta linguagem
Falar sobre a educação de surdos no ensino regular também é falar de inclusão escolar. Comemorado no dia 24 de abril, o Dia Nacional de Libras foi instituído nesta data por causa de uma lei federal de 2002, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão. Mesmo sendo uma das línguas utilizadas no país, a Libras ainda não é de fácil acesso e no ensino regular é da mesma forma.
Pessoas com deficiência auditiva que se comunicam por meio de Libras necessitam, na maioria dos casos, do suporte de um intérprete para interagir com outras pessoas. Como é o caso da estudante Ana Luiza, surda implantada, que frequenta o 9º ano no Colégio das Neves, em Natal. Ela utiliza Libras em boa parte da sua comunicação e é acompanhada em suas atividades diárias pela pedagoga e pós-graduada em Educação Especial e Libras, Beatriz Martins.
A intérprete explica que o processo de educação inclusiva abrange diversos aspectos da aprendizagem, dentre eles, o ensino da Libras. “É importante que o estudante se sinta acolhido e valorizado no ambiente escolar e, para que isso ocorra, é necessário um processo de socialização entre a comunidade educativa, por meio do professor de Libras, juntamente com os demais docentes”, completa.
Além da interação com a comunidade escolar, durante as aulas é necessário que a comunicação visual esteja presente sempre que possível, como explica Beatriz, pois dessa forma a educação se tornará acessível e o estudante estará incluído no âmbito escolar, tendo seus direitos respeitados. "Para que não haja o bloqueio ou barreira na comunicação, o discente faz uso da Libras e da Língua Portuguesa escrita (bilinguismo), assim como também é necessário, para que o processo de aprendizagem aconteça, usar de recursos visuais, como imagens, vídeos, materiais concretos", conclui.
Carla Amaral, mãe de Ana Luiza, conta que no começo da vida escolar da filha, procurava uma escola perfeita, realmente adaptada e voltada para a inclusão, mas percebeu o quão distante aquela ideia estava. Em 2014 chegaram ao Colégio das Neves. “Até então, eu me sentia angustiada e decepcionada, enquanto Aninha estava traumatizada, totalmente desestimulada e desacreditada por experiências anteriores”, conta.
Porém, Carla aprendeu que confiar é o passo principal do processo, além de nunca duvidar da capacidade de superação e adaptação dos filhos. “Eu confiei e encontrei um ambiente saudável, onde Aninha se sente ‘parte’ e não ‘à parte’. Sou muito grata à escola e à professora Beatriz pelo empenho, paciência e muito carinho dedicado, principalmente nestes tempos de pandemia. A comunidade escolar vem se reinventando e buscando soluções para vencer as barreiras do distanciamento e as dificuldades que a tecnologia traz para o surdo. Isso sim para mim é inclusão, são os detalhes que vão para além de uma sinalização ou possibilidade de acesso físico”, explica.
Ana Luiza também participou da entrevista e passou seu recado, em Libras: "Libras precisa de respeito. Hoje faz 19 anos da Lei da Libras, é dia de comemorar", finaliza.
Data também traz reflexões sobre a necessidade da parceria entre escola e família para o desenvolvimento da criança
No próximo domingo (21), o mundo celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data reforça a importância da inclusão de pessoas especiais no convívio social, além do respeito às diferenças. Mesmo com datas comemorativas e leis que garantem a inclusão destas pessoas, a discussão sobre o tema ainda é muito importante. Um dos pontos principais para ser debatido, e que é determinante para um portador de necessidade especial, é a vida escolar.
“A educação é um direito de todos e considera o indivíduo na sua singularidade, levando em conta suas habilidades e especificidades, respeitando suas limitações", frisa Denise Vanderlei, psicopedagoga do Colégio Nossa Senhora das Neves, em Natal. A explicação da educadora nos leva a uma reflexão sobre a necessidade da educação e do papel de cada um nesta conquista.
Em 2015, aos seis anos de idade, João Manuel, portador de Síndrome de Down, enfrentava junto da sua família uma grande mudança: frequentar uma nova escola. Apesar de ser um desafio, a adaptação ocorreu de forma rápida, pelo compromisso e parceria entre a escola e a família. "A professora falou que nunca tinha lidado com uma criança especial, pois era novata, mas que estava ali para aprender. Ela realmente aprendeu e eu estava sempre disponível para ajudá-la", conta Chiara Cardoso, mãe de João.
Atualmente, já no 7º ano, João continua no Colégio das Neves e todos os anos sua mãe realiza, no dia 21 de março, um momento especial com as crianças para demonstrar a elas o carinho e também para agradecer aos educadores pelo suporte. "A escola é muito importante para João. Não só para ele, mas para qualquer criança especial. A escola é o lugar onde eles se sentem acolhidos, onde eles veem crianças da idade deles. E isso faz muito bem para todas elas", acrescenta.
História que inspira
O Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado na sala de Recursos Multifuncionais do Neves, sob a coordenação da psicopedagoga Denise, é um dos pontos chaves para o desenvolvimento do futuro dos estudantes especiais. Frederico Carvalho, portador da Síndrome de Down e ex-aluno Neves, construiu seu futuro a partir da interação vivida nesta sala. Ele estudou da Educação Infantil ao Ensino Médio no Neves e, no último ano de estudos, descobriu, por meio de oficinas de culinária realizadas no colégio, que faria o curso de gastronomia e teve o sonho de abrir o próprio restaurante. Durante as oficinas, ele contava com o apoio da psicopedagoga, do auxiliar e dos seus pais.
Milena Araújo, mãe de Fred, acredita que o voto de confiança e o relacionamento de parceria entre eles e a instituição foram fundamentais para a vida de Fred. "Desde o início, tivemos muito diálogo e sempre deixando claro que éramos parceiros. Afinal, Fred desenvolveu e teve um excelente crescimento pessoal. A escola foi extremamente importante nesse processo dele de sair do ensino médio para o ensino superior", compartilha a mãe.
Milena conta ainda que, ainda na 3ª série do Ensino Médio, a escola foi decisiva para ajudar o filho na busca pela graduação, visitando instituições de ensino superior e realizando oficinas. Hoje, Frederico está no segundo ano de graduação e cada vez mais empenhado na conquista do diploma de gastrônomo. Para divulgar seu trabalho, Fred criou o Instagram @dufredgastronomia. “Somos todos capazes de nos desenvolver plenamente, basta que tenhamos pessoas que nos apoie e confie no nosso potencial”, enfatiza Denise.
Segundo especialista, cuidar da escova de dente durante a pandemia é uma das formas de manter a saúde bucal em dia
O Dia Mundial da Saúde Bucal é comemorado neste sábado (20). A data foi instituída pela Federação Dentária Internacional (FDI) com o objetivo de orientar a população sobre a necessidade de uma boa higienização da boca para diminuir os índices de cárie, doenças periodontais e perda dos dentes. Por isso, a importância da escovação, onde serão higienizados os dentes e a língua, e o uso do fio dental, para limpar os locais em que as cerdas da escova de dente não conseguem alcançá-los.
Priscila Alencar, odontopediatra do Colégio Nossa Senhora das Neves, em Natal, alerta que a qualidade da higienização tem relação direta com a saúde geral do corpo, uma vez que a saúde começa na boca e que inúmeras doenças ocorrem decorrentes da má ou da falta de higiene bucal. “Os microrganismos migram para a corrente sanguínea, podendo provocar doenças como problemas no coração, diabetes e parto prematuro, ou o seu agravamento”, explica.
“Conscientizar os adultos sobre a importância da saúde bucal é considerado um trabalho mais prático e fácil. Já quando se trata das crianças, são poucas as famílias que não enfrentam grande resistência para iniciar a rotina de higienização nos pequenos”, acrescenta a especialista enquanto comenta a importância de as escolas trabalharem o tema ainda nos anos iniciais.
No Colégio das Neves, Priscila desenvolve o projeto “Meu Dentinho na Escola”. Idealizado há seis anos, o a iniciativa busca desenvolver ações coletivas de educação, promoção e motivação em saúde bucal nos estudantes da Educação Infantil - do Berçário ao Nível 5, e do Tempo Integral. “As atividades do projeto são planejadas de acordo com a fase de desenvolvimento das crianças, além de possuir relação com os assuntos trabalhados pelas professoras em sala de aula ou com as temáticas abordadas pela Equipe Multidisciplinar, para que os nossos alunos sejam multiplicadores em seu meio social e os hábitos adquiridos no ambiente escolar, continuados até a vida adulta”, conta Priscila.
Atualmente, em virtude da pandemia da Covid-19, as atividades desenvolvidas com os estudantes foram readaptadas e criadas, sem perder a magia do lúdico, seguindo todas as orientações dos protocolos de segurança.
Para finalizar, Priscila pontua seis importantes dicas práticas que irão auxiliar no processo de higienização das crianças, especialmente neste período de pandemia.
1. Apresente a escova, o creme dental e o fio dental de uma forma que a criança possa compreender e experimente realizar a escovação na frente do espelho. As crianças amam o reflexo, além de ser uma forma de visualizar o que será feito.
2. O fio dental pode ser implementado gradualmente na rotina. A cada dia um novo dente. Até completar a boca toda. Uma vez ao dia, antes da escovação da noite, já é suficiente.
3. Cante músicas com o tema ou crie uma música bem especial para o momento.
4. Não associe o momento da escovação e do fio dental a uma punição ou ida ao dentista, que por sinal também é muito importante.
5. É importante que a criança veja que toda a família faz a escovação dos dentes. Transforme a higienização bucal em um momento divertido em família.
6. Também é muito importante cuidar da escova, principalmente no contexto atual da pandemia da covid-19. Você vai precisar de solução para bochecho que contenha Clorexida 0,12% e um borrifador para seu armazenamento. O modo de fazer é bem simples: primeiro colocar a escova na posição vertical e dispensar a solução, na forma de spray, da cabeça (cerdas) ao cabo, aguardar a secagem, lavar em água corrente, e por fim, secar e armazenar. Execute o procedimento acima descrito uma vez por semana.
Após uma semana agitada de campanha, a sexta-feira (5) foi o dia em que os estudantes, a partir do 6º ano, puderam exercer sua cidadania votando em uma das chapas concorrentes para o CCE-MANA 2021. As duas opções para representar o corpo discente durante todo o ano foram a chapa Alpha e a chapa Domus.
O processo de votação, realizado pelo aplicativo Colégio das Neves, durou 7 horas e resultou na chapa Domus como vencedora.
A chapa, que é presidida pela estudante Fernanda Amorim, tem como principal proposta a organização de reuniões da ONU, uma forma de estimular os estudantes no engajamento em assuntos relevantes e no desenvolvimento de pensamento crítico.
Parabéns à chapa Domus! Que vocês assumam com responsabilidade e senso de serviço e que seja uma gestão produtiva e inspiradora!
Mayla Cotrim, estudante do 9º ano, é a presidente da chapa Alpha e Fernanda Amorim, da 1ª série do Ensino Médio, preside a chapa Domus. Além de estarem concorrendo na eleição para o CCE-MANA 2021, ambas têm em comum o fato de que estão há oito anos em nossa escola. A personalidade focada, determinada e forte também é algo semelhante entre as duas. Este é o primeiro contato de Mayla com o Centro Cívico, enquanto Fernanda participou da gestão de 2020 como Diretora de Ação Social.
O processo de formação das chapas não foi fácil devido à pandemia da Covid-19: foi um curto período de tempo para encontrar os participantes, montar as propostas e toda a campanha a tempo. Mayla considera a Chapa Alpha muito determinada por tudo o que já passaram juntos, e para Fernanda, isso mostrou o tanto de garra que a Chapa Domus tem.
Um ponto fundamental na formação das chapas é a organização das propostas. Geralmente, são baseadas no que os componentes acham que falta na Escola e buscam atender as necessidades dos estudantes. Uma das principais propostas da Chapa Domus é a Reunião da ONU, nesta simulação os estudantes que se inscreverem para participar irão representar determinados países por meio de sorteio, e debater em grupo assuntos da atualidade. “Esse tipo de simulação já ocorre em diversas escolas e é uma forma de desenvolver o caráter crítico e argumentativo de forma interativa e divertida, fazendo com que o estudante se interesse em entender e conhecer assuntos relacionados a política e economia”, explica Fernanda.
Já a proposta destaque da Chapa Alpha é voltada para a sustentabilidade. Ela visa implementar estações de coleta de pilhas e baterias na Escola para recolher mensalmente e levar para a central de descarte. “Pensamos nisso porque sabemos que é muito complicado achar lixos específicos desses materiais em áreas comuns e o mal que eles podem fazer as pessoas e ao meio ambiente”, comenta Mayla.
A Chapa Alpha acredita que é fortalecida por contar com 12 personalidades diferentes, que são muito mais que uma chapa, já são uma família. A Chapa Domus crê que eles se encontraram e se formaram por um motivo maior e que possuem muita garra para vencer os desafios.
“Por mais que esteja tudo difícil, eu consigo ver um futuro nessa gestão. Faremos o nosso melhor, dia após dia, pensando sempre no estudante Neves”, finaliza Mayla.
“Eu acredito muito no potencial de toda a Chapa, apesar de estar sendo um ano difícil. Nosso trabalho no Colégio das Neves irá beneficiar principalmente o estudante”, conclui Fernanda.
Na última quinta-feira (25), demos início ao Processo Eleitoral do CCE-MANA 2021. Durante o momento cívico, o CCE 2020 apresentou as duas chapas que estão se elegendo este ano: Domus (01) e Alpha (07). A partir desta segunda-feira, toda a Família Neves, especialmente os estudantes, poderão conhecer as propostas e escolher em qual chapa irá votar.
Um momento muito importante para conscientização dos membros das chapas é o Painel de Liderança. No último sábado, de forma remota, os candidatos participaram de conversas e aulas sobre a eleição, o espírito competitivo, sempre de forma saudável, as responsabilidades que devem ter durante a campanha eleitoral e vários assuntos que conscientizem eles sobre este lado político.
De 1º a 3 de março, os candidatos irão fazer a Campanha Eleitoral através das plataformas virtuais, dos Mini comícios (de forma itinerante), da publicação das propostas nos murais da escola e também pelo horário eleitoral, transmitido nas salas de aula.
No dia 4, acontecerá o debate eleitoral, um dos momentos mais esperados das eleições. Ele será transmitido para todas as salas e para os estudantes do ensino remoto. Com aproximadamente 5 rodadas, as chapas deverão expor as principais propostas, responder as dúvidas dos eleitores e ter um diálogo com o concorrente sobre as propostas.
Após os 4 dias de apresentação das propostas, chegamos ao dia da votação, na sexta-feira (5). Estudantes a partir do 6º ano poderão exercer o direito ao voto e escolherem a chapa que os representarão. As votações serão feitas pelo link que será disponibilizado pelo app da escola. Neste mesmo dia acontece a apuração dos votos e a anunciação da chapa vencedora.
A cerimônia de posse acontecerá no dia 26 de março, marcando o encerramento da gestão atual e iniciando o protagonismo de 16 estudantes, que trabalharão, assim como todos os Centros Cívicos, para melhorar cada vez mais a vida acadêmica dos estudantes e de todo corpo escolar.