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Congregação

Madre Francisca Lechner, compreendendo o plano do Amor Divino, a respeito da humanidade, sentiu o apelo deste mesmo Deus para um compromisso radical com a causa do Evangelho. E assim, dentro do contexto do mundo contemporâneo, efetivando sua resposta ao referido apelo, fundou a 21 de novembro de 1868, em Viena – Áustria, uma Congregação religiosa feminina com o nome de "Filhas do Amor Divino".

A Congregação, compreendendo seu compromisso com a Igreja, se espalhou por diversos países do mundo e hoje está inserida em realidades culturais diferentes: continente europeu, africano e americano (América do Norte e América do Sul). O processo desta inserção baseava-se numa utopia crítica, bem diversa da utopia vigente em que o paradigma da Revolução Industrial estava colocando em jogo valores humanos, como a dignidade da mulher imigrante.

Ao mesmo tempo em que se ampliava a missão profética, confiada pela Igreja à Congregação, aprofundava-se, também, a sua experiência em humanidade, estimulando o protagonismo de pessoas comprometidas com a causa que a instituição abraçara.

Assim, como parte da evolução dos trabalhos do Instituto, no dia 11 de outubro de 1925, chegara em Natal, um grupo de irmãs lideradas por Ir. Teresina Werner, depois de recebido, pelas autoridades diocesanas, seguiu para Caicó, a fim de iniciar os primeiros trabalhos da província do Nordeste.

As recém-chegadas educadoras encontraram uma realidade marcada pelo confronto de idéias entre correntes divergentes, influenciadas pelos movimentos europeus que provocaram a crise econômica mundial de 1929. Esta crise repercutiu diretamente sobre as forças produtoras rurais que perderam do governo os subsídios que garantiriam a produção. A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo capitalista de produção. A acumulação de capital, do período anterior, permitiu com que o Brasil pudesse investir no mercado interno e na produção industrial.

A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra especializada e, para tal, era preciso investir na educação. Sendo assim, em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda inexistentes. Estes decretos ficaram conhecidos como "Reforma Francisco Campos".

A década de 30 foi marcada por fortes acontecimentos políticos e sociais que definiram o novo cenário nacional, como o Estado Novo, a Era Vargas e o Tenentismo, além de um forte período de estiagem que assolava a Região.

O ano de 1932 registrou uma seca no Nordeste. As FILHAS DO AMOR DIVINO que vinham em Caicó realizando um trabalho de evangelização pela educação desde 1925 eram agora vítimas de uma grave crise financeira em conseqüência da falta de chuvas no sertão.

Com a licença da superiora geral, Madre Kostka Bauer, as irmãs recorreram, em Natal, ao Bispo Diocesano, Dom Marcolino Esmeraldino de Souza Dantas a quem pediram ajuda e conselhos. Antes de 15 dias, a Madre Alberta Garimbertti, naquela época superiora em Caicó, recebeu um telegrama do Sr. Bispo convidando-a para vir a Natal. Eram vésperas da festa de Nossa Senhora das Neves, 5 de agosto, data que determinou o nome da nova fundação.

No dia 6 de agosto, atendendo ao chamado de Dom Marcolino viajaram a Natal as Irmãs Alberta e Imaculada Widder que, no dia seguinte, após a audiência com o bispo, acompanhadas por Pe. Frederico Pastor, foram encontrar o Pe. Augustinus no Alecrim que as mostrou uma casa situada à rua Fonseca e Silva, 1088 que se tornaria, mais tarde, a nova residência dessas irmãs. Em seguida, próxima a essa residência, conseguiram, com a ajuda dos padres da Sagrada Família, mais uma residência para o funcionamento do Colégio. No início do ano de 1933, contava com 92 alunas externas e 14 alunas internas.

O trabalho desenvolvido pelas Irmãs no Colégio logo se tornou conhecido. O espaço já não era suficiente para atender às famílias que o procuravam para a educação de suas filhas. Acompanhadas da superiora geral, Madre Kostka, as Irmãs procuraram um terreno para a construção das futuras instalações do Colégio das Neves, comprando um sítio, perto da Igreja São Pedro, de propriedade do Sr. João Tinoco Filho.

Em 17 de janeiro de 1935 foi lançada a pedra fundamental do prédio atual, à Praça Pedro II – 1055, no mesmo bairro, começando a funcionar plenamente em 7 de março de 1937. Contava na ocasião com os cursos primário, ginasial e comercial, além de outras atividades como curso de piano, acordeon, datilografia, línguas (inglês, alemão e francês). Anos depois instala cursos de pintura, costura, bordado e flores.

Logo, a educação oferecida pelo Colégio das Neves, por haver adquirido os foros de Instituição devidamente reconhecida e respeitada, que já não podia ser omitida da lista dos principais estabelecimentos de ensino do país, aureolada por uma tradição de serviços à fé e à cultura potiguares, tomava consideráveis proporções, ultrapassando as fronteiras potiguares, atraindo, por conseguinte, famílias de Estados vizinhos.

MUDANÇAS E OCORRÊNCIAS SIGNIFICATIVAS

Logo, a educação oferecida pelo Colégio das Neves, por haver adquirido os foros de Instituição devidamente reconhecida e respeitada, que já não podia ser omitida da lista dos principais estabelecimentos de ensino do país, aureolada por uma tradição de serviços à fé e à cultura potiguares, tomava consideráveis proporções, ultrapassando as fronteiras potiguares, atraindo, por conseguinte, famílias de Estados vizinhos.

Neste cenário, as mudanças não demoraram, impulsionadas pelas transformações pelas quais passava o país. O número de alunas internas e externas aumentava; as instalações precisavam ser ampliadas, e é isto que se vê: em 29 de abril de 1946 deu-se início à construção da ala direita e, também, da capela, que funcionava até então em uma das salas de aula. A capela foi inaugurada em 02 de fevereiro de 1950. Na ocasião foi colocada uma estátua de Nossa Senhora das Graças no jardim interno. Este acontecimento contou com a presença de muitas pessoas ligadas à Igreja e ao Colégio, como a Superiora Geral Madre Huberta Burchman e a Superiora Provincial Madre Cristina Wlastnik e muitas autoridades civis. A capela e a imagem de Nossa Senhora foram abençoadas pelo capelão Monsenhor Nivaldo Monte. Naquele momento fora realizada a 1ª Missa na nova capela que foi presidida pelo bispo diocesano Dom Marcolino Esmeraldino Dantas. Outras pessoas ilustres compareceram ao momento, inclusive o Juiz de Direito Dr. Luiz da Câmara Cascudo que, também, esteve presente em vários momentos importantes da Escola. Vale ainda o registro de que, entre o período da construção e da inauguração, o Colégio implantou o Curso Científico, atraindo mais alunas para estudar neste novo endereço de educação.

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