O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio passou e o segundo está a caminho. É inegável que o Enem gera uma expectativa imensa na vida do estudante. Expectativas que vêm dele mesmo, dos pais, da família, dos amigos. É o primeiro grande resultado para a vida adulta.
Por isso, o 3º ano do Ensino Médio, ou o Pré, como é popularmente conhecido, é um ano permeado por sentimentos como a ansiedade. A psicóloga Sheila Salustino, que faz o acompanhamento do Ensino Médio do Colégio das Neves, em Natal/RN, explica que essa sensação é gerada por diversos fatores, entre eles está o de que os estudantes estão o tempo inteiro buscando a escolha profissional. “A maioria chega à 3ª série sem saber o que quer estudar em termos de graduação e onde quer atuar profissionalmente falando”, complementa.
Além disso, é um ano de grandes transformações pessoais, já que o ciclo escolar está sendo fechado e eles estão indo para o “mundo”, porque a Universidade é um campo aberto e desconhecido, totalmente diferente da experiência da escola, onde eles sabem o que esperar no ano seguinte. "Outro fator agravante é o sentimento de 'eu preciso passar, preciso fazer essa entrega a minha família que depositou tanto em mim'”, afirma Sheila.
De acordo com a psicóloga, essa ansiedade pode gerar um adoecimento emocional ou até mesmo físico. Por isso, ter o apoio psicológico nessa preparação, que é tão intensa, é fundamental. “Preparar o estudante emocionalmente é saber que isso também vai ter um impacto diretamente no aprendizado dele. Portanto, trabalhamos questões emocionais relacionadas à faixa etária como o medo, escolhas, lutos, principalmente nesse ano que passou, onde eles viveram lutos ainda maiores”, acrescenta.
Sheila compartilha algumas dicas que são de extrema importância na reta final: trabalhar a ansiedade por meio da respiração, dar o poder de escolha ao estudante e respeitar o que for decidido, e, por fim, o apoio da família. Muitos pais, em vez de trazerem um reforço positivo, pontuam o que foi negativo. “Eles são adolescentes, então estão sim sujeitos a erros, mas pontuar essas questões negativas nesse momento é a pior coisa que a família pode fazer. É necessário que existam palavras de incentivo e enaltecimento das dificuldades vencidas”, conclui.